Consumo Consciente
15 de janeiro de 2024 13:51 Por Luciane Albuquerque - Consultora
A partir de uma perspectiva consumista, o
avanço tecnológico das últimas décadas favoreceu o surgimento de inúmeros
aplicativos e sites que tornaram o ato do consumo algo quase que imediatista,
pois tudo está ao alcance do consumidor de maneira mais simples, fácil e
rápida. Por outro lado, em sentido oposto, também é possível se observar um
avanço (ainda que lento) pela prática de uma boa gestão financeira pessoal e
familiar. Tal situação pode ser entendida como um reflexo do padrão de consumo
“saudável” ou consumo consciente.
O consumo sustentável ou consciente
relaciona-se à busca por produtos e serviços ecologicamente corretos (ou
friendly products), à economia de recursos como água e energia, à utilização
dos bens até o final de sua vida útil e à reciclagem dos materiais.
Neste sentido, o ato de transformar o
próprio consumo está se tornando uma tendência na vida de determinadas pessoas.
Em outras palavras, antigos hábitos estão começando a ser deixados de lado e
sendo substituídos por ações bem mais conscientes. Para estes consumidores,
comprar apenas por comprar já não faz mais sentido; é preciso comprar com
propósito.
De acordo com o relatório do Worldwatch
Institute, de 2010, existe consenso sobre a necessidade de evolução do
paradigma do estilo de vida para um paradigma que incorpore comportamentos
sustentáveis, caracterizados por: menor consumo de recursos, que tenham impacto
ambiental, econômico e social, visando um desenvolvimento sustentável.
Todavia, nem toda escolha feita pelo
consumidor é realizada a partir de uma decisão racional, isto é, baseada numa
decisão puramente analítica. E é sobre isso que os estudos acerca das Ciências
Comportamentais se baseiam, dentre as quais se destacam a Economia
Comportamental.
Compreendida enquanto a linha de investigação
científica fundamentada em duas ciências, a Psicologia e a Economia, a Economia
Comportamental tem direcionamento na caracterização e na análise dos variados
aspectos do comportamento decisório dos seres humanos, contra-argumentando a
teoria da racionalidade plena. Segundo Daniel Kahneman e Amos Tversky,
principais expoentes da área, existem to no processo de tomada de decisão indicando
distinção entre a decisão não racional e a racional: a primeira refere-se às
decisões parcialmente intuitivas a partir da incapacidade de o sujeito obter informações
essenciais ao processo de decisão (Sistema 1); enquanto a segunda indica
a decisão
analítica (Sistema 2).
Foi
inspirada nessas teorias que nossa consultora sênior, Luciane Albuquerque, propôs
o seu projeto de pesquisa do pós-doutoramento, cujo objetivo é o de verificar
como decisões tomadas por pessoas jovens eadultas,
para garantir um estilo de vida sustentável, são afetadas pelos aspectos
influenciadores da decisão (efeito certeza, efeito reflexão e efeito framing),
preconizados por Kahneman e Tversky.
Assim, desde o mês de janeiro de 2021, ela
está vinculada à Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, da
Universidade do Porto, em Portugal, onde está realizando um estudo comparativo
entre participantes brasileiros e portugueses.
Muitas novidades
estão por vir a partir dessa conexão Brasil – Portugal. E em breve contaremos
tudo para vocês.
Fonte: Redação