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Consumo Consciente

Consumo Consciente
A partir de uma perspectiva consumista, o avanço tecnológico das últimas décadas favoreceu o surgimento de inúmeros aplicativos e sites que tornaram o ato do consumo algo quase que imediatista, pois tudo está ao alcance do consumidor de maneira mais simples, fácil e rápida. Por outro lado, em sentido oposto, também é possível se observar um avanço (ainda que lento) pela prática de uma boa gestão financeira pessoal e familiar. Tal situação pode ser entendida como um reflexo do padrão de consumo “saudável” ou consumo consciente. 
O consumo sustentável ou consciente relaciona-se à busca por produtos e serviços ecologicamente corretos (ou friendly products), à economia de recursos como água e energia, à utilização dos bens até o final de sua vida útil e à reciclagem dos materiais. 

Neste sentido, o ato de transformar o próprio consumo está se tornando uma tendência na vida de determinadas pessoas. Em outras palavras, antigos hábitos estão começando a ser deixados de lado e sendo substituídos por ações bem mais conscientes. Para estes consumidores, comprar apenas por comprar já não faz mais sentido; é preciso comprar com propósito. 

De acordo com o relatório do Worldwatch Institute, de 2010, existe consenso sobre a necessidade de evolução do paradigma do estilo de vida para um paradigma que incorpore comportamentos sustentáveis, caracterizados por: menor consumo de recursos, que tenham impacto ambiental, econômico e social, visando um desenvolvimento sustentável. 

Todavia, nem toda escolha feita pelo consumidor é realizada a partir de uma decisão racional, isto é, baseada numa decisão puramente analítica. E é sobre isso que os estudos acerca das Ciências Comportamentais se baseiam, dentre as quais se destacam a Economia Comportamental. 

Compreendida enquanto a linha de investigação científica fundamentada em duas ciências, a Psicologia e a Economia, a Economia Comportamental tem direcionamento na caracterização e na análise dos variados aspectos do comportamento decisório dos seres humanos, contra-argumentando a teoria da racionalidade plena. Segundo Daniel Kahneman e Amos Tversky, principais expoentes da área, existem to  no processo de tomada de decisão indicando distinção entre a decisão não racional e a racional: a primeira refere-se às decisões parcialmente intuitivas a partir da incapacidade de o sujeito obter informações essenciais ao processo de decisão (Sistema 1); enquanto a segunda indica a decisão analítica (Sistema 2). 

Foi inspirada nessas teorias que nossa consultora sênior, Luciane Albuquerque, propôs o seu projeto de pesquisa do pós-doutoramento, cujo objetivo é o de verificar como decisões tomadas por pessoas jovens eadultas, para garantir um estilo de vida sustentável, são afetadas pelos aspectos influenciadores da decisão (efeito certeza, efeito reflexão e efeito framing), preconizados por Kahneman e Tversky. 

Assim, desde o mês de janeiro de 2021, ela está vinculada à Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, da Universidade do Porto, em Portugal, onde está realizando um estudo comparativo entre participantes brasileiros e portugueses. 

Muitas novidades estão por vir a partir dessa conexão Brasil – Portugal. E em breve contaremos tudo para vocês.

Foto: Green photo created by jcomp - www.freepik.com

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